Quanto tempo parece passar? Os segundos estão distorcidos, ora longos como horas ora curtos como pensamentos.
Não sente nada, nem o vento que ela escuta e somente o percebe graças a visão de seus cabelos negros balançando e repousando em sobre seus lábios carnudos.
Ela vê e escuta,... nada mais.
Vê um mar de margaridas ondulando a sua frente. As vezes algumas pétalas caminham lentamente em sua direção, o que lhe trás a sensação de estar deitada. Ouve o vento e por mais que se esforce, não escuta nada além disso.
"O que é isso? - Estou Louca? Que lugar é este?. As perguntas reverberam na sua cabeça, todas buscam uma saída para aquele lindo delírio angustiante.
Ela ouve passos a sua esquerda, passos amortecidos por algo macio que ela deduz ser as pétalas que caem forrando o chão.
Surge em seu campo visual, a sua direita, um homem de terno azul-cobalto, parece não notá-la, apenas olha para as margaridas acima de sua cabeça decorada com cabelos loiro-ruivo.
Ele tira de seus bolsos a mão direita e tenta alcançar as flores. Este ato faz com que as flores fujam timidamente de seu toque.
-Margaridas! - diz surpreso - e Amarelas! Porque você escolheu esta cor?Se a pergunta foi dirigida a ela, pouco importa, mas a resposta parece querer saltar de sua boca imóvel - "Eu não sei!"
O homem diz, sem ainda percebê-la, mas desistindo de tocar as margaridas: - Sua cor preferida sempre foi o Azul!.
Ele olha para um lado e para outro como se procurasse um caminho a seguir, ou alguém. Ele prepara um grito, mas não o emite. Ela sabe que é por ela a busca e só precisa ouvir seu nome novamente.
O homem escolhe uma direção e parte, em busca de alguém e ela fica com a esperança de que a encontre, afogada nas margaridas amarelas.
A mágika não está morta.
Abra seus olhos e...
Desperte.
Abra seus olhos e...
Desperte.
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